Compre livros aqui!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Acordamos

Esse blog pede licença para tratar de um assunto muito mais importante que futebol.
Quinta, dia 20, João Pessoa vai ferver mais do que de costume.
SEMPRE houveram manifestações em João Pessoa quando as tarifas de ônibus aumentam. Manifestações são até tradicionais por essas bandas. São bem organizadas e fortes.
Mas desta vez vem com aditivo extra. Da soma da eterna insatisfação crônica com a forma que conduzem nosso país e usam nosso dinheiro + a comunicação proporcionada pela internet + os holofotes da Copa das Confederações trouxe como produto manifestações de grande pulsão de sentimento social.
Tudo isso também trazido pelo espírito de contestação que toma a Turquia, da força da locomotiva paulistana, do Rio, de Minas, de um Brasil que sempre se lamentou, mas poucas vezes se rebelou dessa forma.
Nós aqui vamos pra rua na quinta.
Professores, alunos, advogados, mendigos, artistas, pai e mães de família, comerciários, vagabundos, intelectuais... todos. De todos os tipos e cores.
As manifestações continuam sem líderes marcantes; poderiam ser mais consistentes se houvessem líderes.
As manifestações continuam sem uma ou duas razões principais e poderiam ser mais sustentáveis se houvesse um 'recorte' para um ou dois temas dos tantos que são urgentes nesse pais.
Mas se elas forem intensas, constantes e categóricas os efeitos podem ser bem interessantes.
Dentre eles um em especial eu acho que seria excelente; uma consequência menos utópica que mudar o Brasil: as gangues de colarinho branco, os maus parlamentares, devem TEMER o povo!
Se essa politicaiada ficar com um medo constante do povo a coisa deve ir pra frente e, enfim, as manifestações operarão milagres num país que precisa muito disso.
Não pode parar.

sábado, 16 de março de 2013

Instalada comissão da verdade na Paraíba.

Ricardo instala Comissão da Verdade e empossa integrantes

Imprimir
 

Segunda-feira, 11 de março de 2013 - 16h36
O governador Ricardo Coutinho participou nesta segunda-feira (11), da solenidade de instalação da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba. O evento aconteceu às 11h, no Palácio da Redenção, com a posse dos sete membros, sendo seis indicações de entidades, instituições e ONG’s, e um membro indicado pelo governador. O mandato é de dois anos.
A Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória foi criada pelo governador Ricardo Coutinho por meio do Decreto nº 33.426/12. Tem a missão de investigar crimes de violação dos direitos humanos praticados por agentes públicos contra paraibanos, durante o período da Ditadura Militar. As informações obtidas serão encaminhadas aos órgãos públicos competentes para que possam auxiliar na localização e identificação dos corpos e restos mortais de desaparecidos políticos.
Antes da solenidade, Ricardo Coutinho convidou ao seu gabinete os quatro homens e as três mulheres que integram a comissão. Ele agradeceu a todos eles por terem aceito o convite e a nomeação. Os membros também agradeceram ao governador pela confiança e escolha a partir de sugestões da sociedade civil paraibana.
Comissão - A Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória tem como presidente Paulo Giovani Antonio Nunes, Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco, bacharel em História e Comunicação Social pela UFPB. Professor da UFPB ele é membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em História do Século XX, na linha de Pesquisa História política – Culturas políticas na História.
Os demais membros são: jornalista João Manoel de Carvalho; Irene Marinheiro (Centro da Mulher 8 de Março); Lúcia Guerra de Fátima Guerra Ferreira, Doutora em História pela USP e professora da UFPB; Iranice Gonçalves Muniz, Doutora em Direito Público, atualmente é professora titular do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ); Fábio Fernando Barbosa de Freitas (UFPB/UFCG); e Waldir Porfírio, advogado, escritor, pesquisador da história das esquerdas na Paraíba, graduado em psicologia pela URNe (UEPB) e atual chefe de gabinete do governador.
Ricardo Coutinho destacou em seu pronunciamento a importância de seis membros da Comissão da Verdade terem sido indicados pelas universidades, pelo movimento sindical, pelo movimento de direitos das mulheres. E acrescentou: “Quero afirmar minha esperança de estar, enquanto Governo, contribuindo para uma coisa que é essencial: que é o resgate dessa verdade”.
O governador lembrou que os regimes de exceção causaram grandes impactos na vida das famílias que tiveram pessoas assassinadas, perseguidas, exiladas, inclusive impactando na economia do país. Ressaltou que gerações pós-golpe de 1964 também foram atingidas. “A história foi moldada de um jeito e essa história precisa ser contada porque afetou profundamente o nosso país e principalmente porque jamais ela pode voltar a acontecer”. Concluiu afirmando que “são buscas para que esse país jamais passe o que passou”. Ricardo Coutinho garantiu que o Governo do Estado está à disposição da Comissão para contribuir com seus trabalhos.
O representante da Comissão Nacional da Verdade, Guaracy Mingardi, parabenizou o governador Ricardo Coutinho pela coragem de instalar a Comissão Estadual,  sobretudo com representantes da sociedade civil e lembrou que muitos estados ainda não criaram a comissão.
O presidente da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória, Paulo Giovani Nunes, afirmou que os sete membros estarão empenhados em pesquisar e produzir ao final dos trabalhos um relatório esclarecedor dos fatos ocorridos no regime militar na Paraíba, a exemplo da cassação de parlamentares, perseguição de estudantes, de professores, de trabalhadores rurais. “Nosso objetivo é tentar esclarecer esses fatos para dar um retorno às famílias de desaparecidos, por exemplo, mas também vários outros casos de violação dos direitos humanos”, disse.
De acordo com o professor Paulo Giovani, a comissão espera contribuir com o grande relatório da Comissão Nacional da Verdade. “Espero que possamos realizar um bom trabalho e dar um resultado esperado pela sociedade paraibana”, concluiu.
O ex-deputado estadual Simão Almeida destacou que, com a instalação da comissão, a Paraíba dava um passo importante. “É preciso ir a fundo nas investigações porque nós tivemos aqui no nosso país um período em que o governo era exercido por um estado terrorista. E isso não pode ser passado em branco, ser esquecido e não queremos vingança”, afirmou.  Ele acredita que a Comissão da Verdade vai dar grande contribuição ao escrever corretamente essa página da história do povo brasileiro.
O ex-deputado estadual Assis Lemos  e ex-presidente da Federação das Ligas Camponesas, avaliou que o dia  é histórico: “A comissão vai mostrar à Paraíba e ao Brasil o que de fato aconteceu naquela época de  torturas e eu, como fui um dos torturados, estou aqui presente para agradecer aos que organizaram essa homenagem”.
O chefe de Gabinete do Governador, Waldir Porfírio, um dos membros da Comissão da Verdade, afirmou que serão analisados, por exemplo, ofícios secretos sobre pessoas que passavam em concurso público e não eram convocadas porque o ofício dizia que se tratava de  pessoa subversiva.  Segundo ele, informalmente, na sociedade foram criadas comissões para estudar o regime militar. Uma série de informações secretas será revelada e em seguida todo o relatório será encaminhado à Comissão Nacional. Toda a matéria desse estudo ficará disponibilizada no Memorial da Preservação da Democracia da Paraíba, que funcionará na Fundação Casa de José Américo.
A professora Lúcia Guerra, na condição de historiadora, avalia o papel da comissão: “Será um trabalho da maior relevância para revisitar esse período da história da Paraíba. Nós temos muito o que saber, procurar documentação, conseguir informações que possam  esclarecer o que realmente aconteceu no período da ditadura na Paraíba”.
O jornalista João  Manuel de Carvalho,  um dos membros da Comissão da Verdade, acredita que  o trabalho vai restabelecer a verdade dos fatos e evitar que eles se reproduzam no futuro. 
Meios da Comissão para colher informações:
I – receber testemunhos, informações, dados e documentos, assegurada a não identificação do detentor ou depoente, quando solicitada;
II – requisitar informações, dados e documentos de órgãos e entidades do Poder Público, ainda que classificados em qualquer grau de sigilo;
III – convocar, para entrevistas ou testemunho, pessoas que possam guardar qualquer relação com os fatos e circunstâncias examinados;
IV – determinar a realização de perícias e diligências para coleta ou recuperação de informações, documentos e dados;
V – promover audiências públicas;
VI – requisitar proteção aos órgãos públicos para qualquer pessoa que se encontre em situação de ameaça em razão de sua colaboração com a Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba;
VII – promover parcerias com órgãos e entidades, públicos ou privados, nacionais ou internacionais, para o intercâmbio de informações, dados e documentos;
VIII – requisitar o auxílio de entidades e órgãos públicos;
IX – realizar os devidos encaminhamentos do resultado obtido.

Família de Vladimir Herzog recebe novo atestado de óbito

Documento cita 'maus-tratos durante interrogatório' como causa da morte.


 

Tatiana SantiagoDo G1 São Paulo
61 comentários
Novo atestado de óbito de Vladimir Herzog tem 'maus-tratos' como causa de morte (Foto: Tatiana Santiago/G1)Novo atestado de óbito de Vladimir Herzog tem
'maus-tratos' como causa de morte
(Foto: Tatiana Santiago/G1)
Os familiares do jornalista Vladimir Herzog, morto durante a ditadura militar, receberam na tarde desta sexta-feira (15) um novo atestado de óbito no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP). O documento traz como causa da morte "lesões e maus-tratos sofridos durante o interrogatório nas dependências do segundo Exército DOI-Codi". No atestado anterior, a versão para o óbito era de "enforcamento por asfixia mecânica".
A determinação para um novo atestado de óbito foi do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em setembro do ano passado. O juiz Márcio Martins Bonilha Filho, da 2ª Vara de Registros Públicos do TJ-SP, atendeu a um expediente de iniciativa da Comissão Nacional da Verdade, criada para esclarecer as violações de direitos humanos no período da ditadura militar.
De acordo com Ivo Herzog, filho da vítima, o atestado tem dupla importância. “Isso significa enterrar um documento mentiroso que humilhava a família tendo que aceitar uma farsa para a morte do meu pai e por abrir precedentes para outras famílias fazerem o mesmo”, justificou.
Segundo Ivo, a luta não termina com a emissão do documento. “A nossa luta continua porque a gente quer ainda que sejam investigadas quais as circunstâncias da morte do meu pai”, afirmou ele.
Para a ministra Maria do Rosário, que participou da cerimônia, a democracia é um processo constante e nunca está concluído. “Ela vai avançando quando o governo representando o Estado assume uma visão democrática e diz publicamente que renuncia toda a forma de violência e terrorismo de Estado como ocorreu no período da ditadura”, disse.
Para Clarice Herzog, viúva da vítima, o novo atestado é motivo de felicidade. “Fiquei muito feliz. Não é uma conquista só da família, mas da sociedade. Várias famílias agora vão ter esse direito, também como nós tivemos. A grande conquista foi de anos atrás quando houve a sentença do juiz”, declarou.
Ivo Herzog e Paulo Pinheiro participam de entrega de documento nesta sexta (Foto: Tatiana Santiago/G1)Ivo Herzog e Paulo Pinheiro participam da entrega
do novo atestado de óbito de Vladimir Herzog
(Foto: Tatiana Santiago/G1)
Anistia
O estudante de geologia da Universidade deSão Paulo (USP) Alexandre Vannuchi Leme, morto em 1973 aos 22 anos, foi reconhecido como anistiado político pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
Desde 2001, foram feitos mais de 70 mil pedidos de anistia ao governo. Desse montante, um terço foi deferido com pagamento de indenização, outro um terço foi deferido sem indenização e o restante indeferido por falta de provas, informou o secretário da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão.