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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Apoio ao estudantes de Vitória - ES.


Novo protesto estudantil reabre pauta
sobre monopólio do transporte público



Nerter Samora 
Foto capa: Nerter Samora 


Seis meses após a forte repressão aos protestos de estudantes em prol da diminuição das tarifas de ônibus na Grande Vitória, o grupo programou retornar às ruas nesta segunda-feira (9) para criticar o aumento das passagens do Transcol e das linhas municipais da Capital. Mesmo com a sinalização do governo do Estado da universalização do “passe livre” – antiga bandeira do movimento estudantil –, a pauta de reivindicações alcança temas mais específicos, como o fim do monopólio do sistema de transporte público e a reabertura da finada CPI do Transcol.


O protesto desta segunda-feira foi marcado por meio das redes sociais e tem como objetivo a divulgação de uma grande manifestação, marcada inicialmente para esta quarta-feira (11). Até o fechamento desta reportagem, nenhum sinal de movimentação havia sido registrado na Ponte da Passagem – ponto de partida do ato – ou no campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Goiabeiras.


O movimento deste ano guarda relações com os protestos iniciados no dia 2 de junho do ano passado, que terminou com o acordo de congelamento dos preços das tarifas naquele ano. Entretanto, os valores das tarifas dos ônibus na Grande Vitória foram reajustados logo no início da segunda semana do ano novo.


As passagens nas linhas municipais subiram neste domingo (8) de R$ 2,20 para R$ 2,35, enquanto nos seletivos passaram de R$ 2,30 para R$ 2,50. No sistema Transcol, as tarifas subiram de R$ 2,30 para R$ 2,45, enquanto nas linhas seletivas os preços variam de R$ 3,70 a R$ 4,25.


Desta vez, a contrapartida do governo com o movimento estudantil foi o compromisso de universalizar o direito ao passe livre, inclusive para estudantes do ensino superior de universidades federais e faculdades particular. Hoje o benefício é concedido a estudantes secundaristas do Estado e do Instituto Federal do Espírito Santo (antigo Cefetes). A intenção do governo é enviar à Assembleia Legislativa um projeto de Emenda Constitucional (PEC) para garantir o benefício.


Apesar da extensão do passe livre atender a pauta histórica de reivindicações do movimento estudantil, a contrapartida aos estudantes não deve reduzir os protestos. Até mesmo pelo contrário. Assim como ocorreu em junho do ano passado, as manifestações contam com representantes de movimentos sociais que avançam sobre questões mais amplas no setor de transporte público no Estado.


A nova pauta traz pontos como a reabertura da malfadada CPI do Transcol, que indicou a necessidade de estudos avançados no sistema de concessões públicas, caso dos pedágios da Terceira Ponte e Rodovia do Sol (Rodosol), bem como das próprias empresas de ônibus. Além disso, o protesto resgata pontos trazidos em antigas manifestações como mudanças no Conselho Tarifário (Cotar) – colegiado que define o valor das tarifas – e mudanças na data-base para os reajustes.


Desde os confrontos entre forças policiais e estudantes no ano de 2005 – quando o então governador Paulo Hartung teve de rever o reajuste e passou a implementar a política de subsídios a empresas –, a data escolhida praticamente anula qualquer movimento mais expressivo nas ruas. Em 2011, o filme se repetiu – só que, desta vez, na gestão do socialista Renato Casagrande.

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